CSide, empresa especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas na área da eficiência energética e das renováveis, está apostada em ajudar à implementação de 60 comunidades de energia renovável em Portugal nos próximos dois anos. Um projeto que se estima venha a alavancar um investimento global acima dos 32 milhões de euros e que permitirá que mais de 33 mil habitações, em todo o país, tenham acesso a "energia limpa produzida localmente" e com um "alto índice de poupança na fatura". Francisco Gonçalves, CEO da empresa, com sede em Vila de Gaia, fala num preço por kilowatt hora (kWh) até 40% abaixo do preço médio praticado pelos comercializadores.
A estratégia será implementada através do Energy Ring, o serviço da CSide criado, especificamente, para o planeamento e gestão de projetos de autoconsumo, sejam eles individuais ou coletivos. Uma solução que se tornou possível, a partir de 1 janeiro de 2020, com a entrada em vigor do Decreto-Lei 162/2019, que consagra o autoconsumo coletivo e as comunidades de energia renovável.
E há já várias entidades, designadamente de comercializadores de eletricidade, a promover a criação de comunidades de energia em prédios ou bairros. Mas a intenção da CSide é incentivar os municípios a tornarem-se agentes dinamizadores destas comunidades, já que podem aproveitar o seu parque imobiliário para instalarem painéis solares, que permitem à autarquia poupar na sua própria fatura energética, mas também partilhar a energia produzida com os munícipes, sejam eles empresas ou particulares.
"A lógica de poupança aplica-se, desde logo, aos próprios edifícios da autarquia, sejam eles as piscinas municipais, os pavilhões gimnodesportivos, edifícios de escritórios ou os próprios Paços do Concelho" , diz Francisco Gonçalves. E é depois alargado às famílias e às empresas, consoante o interesse destes em aderir à comunidade.